sábado, 20 de outubro de 2012

Arte Urbana


                                                       ARTE  URBANA

Como nos tempos das cavernas os homens de hoje continuam sentindo a necessidade de se comunicarem e a cidade é um meio, um local que comporta essa comunicabilidade. Como diz Pesavento: “cidade é, sobretudo, materialidade erigida pelo homem, é ação humana sobre a natureza. Cidade é, pois, sociabilidade: comporta atores e relações sociais, personagens, grupos, classes, práticas de interação (...)” ( PESAVENTO, 2002, Vol. 4, p. 23). A arte entra como uma das formas de comunicabilidade e, como sabemos, ela pode se manifestar de diversas formas.

                                                   Av. Mauá - Porto Alegre
                                                           Foto de Erica A. Marques
            
Esse texto quer chamar atenção para a arte urbana, que intervém na cidade como forma de manifestação, uma arte na qual nos deparamos nas ruas, sem necessariamente irmos atrás dela, ela nos bate aos olhos sem, muitas vezes, nem mesmo desejarmos, como quando vamos a um museu, por exemplo. Arte essa que pode ser agradável ou não, que pode interagir harmoniosamente ou não com a cidade, arte como forma política. “Toda intervenção na cidade é necessariamente plural. É urbanística, arquitetônica, política, cultural e artística” (PEIXOTO, 2002, p. 12).




                                                  Obra USUÁRIO, de ALEX HORNEST
                                                          Foto de: Clarissa Eidelwein

A arte urbana nos faz pensar a vida, o cotidiano, a vida social, ela pode revitalizar o espaço social, revelar espaços, talentos, história, memórias, promover locais. “Arte urbana é uma prática social. Suas obras permitem a apreensão de relações e modos diferenciais de apropriação do espaço urbano, envolvendo seus propósitos estéticos, o trato com significados sociais que as rodeiam, seus modos de tematização cultural e política” (PALLAMIN, 2000, p. 23 e 24). Essa arte alteraria a forma de pensar das pessoas? Sim, não ou por que não, uma vez que ela pode mexer com a percepção das pessoas, pode romper com o robotismo do corre-corre diário, pode fazer com que as pessoas tenham uma percepção da cidade e do seu próprio dia de maneira diferente, quem sabe mais leve.

                                    
                            Grafite na Av. Ipiranga, esquina Av. Borges de Medeiros, Porto Alegre
                                                         Foto de: Kellen Lazzari

Nesse caso, que possamos promover cada vez mais a arte urbana, porém, de forma consciente para que a arte venha a valorizar e qualificar os locais públicos com harmonia, cuidando com o limite dessa intervenção a fim de que ela seja positiva para a cidade, a arte deve dialogar com os espaços, deve ter a sensibilidade de não apenas invadi-los. Então, armem-se pincéis (para os artistas), ideias, criatividade, de palavras, de argumentos para mobilizar amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos e políticos no intuito de fazer essa arte urbana, de colorir nossas cidades!
(Texto de: Kellen Lazzari)

Pinturas - Parque dos Cajueiros - Aracaju
Foto de: Bosco

Esquina das ruas Araguaia e Xingu - Canoas/RS
Foto de: Carlos Walter

Casa das Antenas-  Morro da Borrússia, Osório/RS
Fonte: www.osorio.rs.gov.br




 Grafite no muro da praça do Imigrante
foto: AWO





Grafite no muro da estação Unisinos.
foto: AWO




 
Referências Bibliográficas

PALLAMIN, Vera Maria. Arte Urbana: São Paulo, Região Central (1945-1998): obras de caráter temporário e permanente. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2000.
PEIXOTO, Nelson Brissac (Org.). Intervenções Urbanas: Arte, Cidade. SENAC, São Paulo, 2002.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Memória, História e Cidade: Lugares no tempo, momentos no espaço. Art Cultura, Uberlândia, 2002, Vol. 4, p. 23.





Nenhum comentário:

Postar um comentário