Olá a todos! Observem a proposta dessa postagem que funde a dança com as paisagens urbanas.
“Neste
entrecruzamento de espaço e tempo, a cidade aparece como uma emaranhada
floresta de símbolos, que podem se tornar legíveis para o historiador ou, pelo
contrário, se configurar como obstáculos” (PESAVENTO, 1995, p. 288).
REFERÊNCIA
PESAVENTO, Sandra. Muito além do espaço: por uma história cultural
do urbano. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, n 16, 1995, p.
279-290.
segue abaixo dois links da coreografia Paisagens: um manuscrito
corporal entrelaçando elementos da paisagem urbana, num redesenho contínuo. Cada vídeo apresenta uma concepção visual diferente ressignificando as paisagens urbanas. Duração: 4:30 min.
Nessa postagem trazemos fotos e vídeos retratando um pouco das cidades brasileiras, no intuito de apresentar as paisagens urbanas, realçando a presença dos recursos naturais em meio às construções. Assim, repensamos o contexto cultural tecido cotidianamente, conforme a citação abaixo:
“ (...)é na vida comunitária que a história ambiental se inscreve. Ancorada na vida coletiva e nas relações de sociabilidade que aí se estabelecem, história e memória se presentificam, construindo assim uma ponte fundamental pela qual transcorrem o passado, o presente e o futuro”. (FREITAS; GRAEFF, 2010, p. 35)
referência:
FREITAS, F. P. B. ; GRAEFF, L. As paisagens da memória do bairro Harmonia, em Canoas/RS: um estudo a partir de registros fotográficos e relatos orais. Iluminuras, Porto Alegre, v. 11, p. 31-39, 2010.
Aracaju/SE
Orla Por do sol -Aracaju
foto: Bosco
Aracaju e seus rios
foto: Bosco
manguezais
foto: Bosco
Caju - símbolo da cidade de Aracaju
foto: Bosco
visão do Alto da Colina do santo Antônio
foto: Bosco
Como nos tempos das cavernas os homens de hoje continuam sentindo a necessidade de se comunicarem e a cidade é um meio, um local que comporta essa comunicabilidade. Como diz Pesavento: “cidade é, sobretudo, materialidade erigida pelo homem, é ação humana sobre a natureza. Cidade é, pois, sociabilidade: comporta atores e relações sociais, personagens, grupos, classes, práticas de interação (...)” ( PESAVENTO, 2002, Vol. 4, p. 23). A arte entra como uma das formas de comunicabilidade e, como sabemos, ela pode se manifestar de diversas formas.
Av. Mauá - Porto Alegre Foto de Erica A. Marques Esse texto quer chamar atenção para a arte urbana, que intervém na cidade como forma de manifestação, uma arte na qual nos deparamos nas ruas, sem necessariamente irmos atrás dela, ela nos bate aos olhos sem, muitas vezes, nem mesmo desejarmos, como quando vamos a um museu, por exemplo. Arte essa que pode ser agradável ou não, que pode interagir harmoniosamente ou não com a cidade, arte como forma política. “Toda intervenção na cidade é necessariamente plural. É urbanística, arquitetônica, política, cultural e artística” (PEIXOTO, 2002, p. 12).
Obra USUÁRIO, de ALEX HORNEST
Foto de: Clarissa Eidelwein
A arte urbana nos faz pensar a vida, o cotidiano, a vida social, ela pode revitalizar o espaço social, revelar espaços, talentos, história, memórias, promover locais. “Arte urbana é uma prática social. Suas obras permitem a apreensão de relações e modos diferenciais de apropriação do espaço urbano, envolvendo seus propósitos estéticos, o trato com significados sociais que as rodeiam, seus modos de tematização cultural e política” (PALLAMIN, 2000, p. 23 e 24). Essa arte alteraria a forma de pensar das pessoas? Sim, não ou por que não, uma vez que ela pode mexer com a percepção das pessoas, pode romper com o robotismo do corre-corre diário, pode fazer com que as pessoas tenham uma percepção da cidade e do seu próprio dia de maneira diferente, quem sabe mais leve.
Grafite na Av. Ipiranga, esquina Av. Borges de Medeiros, Porto Alegre
Foto de: Kellen Lazzari
Nesse caso, que possamos promover cada vez mais a arte urbana, porém, de forma consciente para que a arte venha a valorizar e qualificar os locais públicos com harmonia, cuidando com o limite dessa intervenção a fim de que ela seja positiva para a cidade, a arte deve dialogar com os espaços, deve ter a sensibilidade de não apenas invadi-los. Então, armem-se pincéis (para os artistas), ideias, criatividade, de palavras, de argumentos para mobilizar amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos e políticos no intuito de fazer essa arte urbana, de colorir nossas cidades!
(Texto de: Kellen Lazzari)
Pinturas - Parque dos Cajueiros - Aracaju
Foto de: Bosco
Esquina das ruas Araguaia e Xingu - Canoas/RS Foto de: Carlos Walter
PALLAMIN, Vera Maria. Arte Urbana: São Paulo, Região Central (1945-1998): obras de caráter temporário e permanente. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2000.
PEIXOTO, Nelson Brissac (Org.). Intervenções Urbanas: Arte, Cidade. SENAC, São Paulo, 2002.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Memória, História e Cidade: Lugares no tempo, momentos no espaço. Art Cultura, Uberlândia, 2002, Vol. 4, p. 23.
A idéia nessa postagem é refletir, inicialmente, sobre as questões urbanas. Nesse sentido, apresentamos um resumo elaborado por João Bosco Torres Santos, como avaliação da disciplina Paisagens e Identidades Urbanas, do curso de Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, intercalando-o, por meio de fotografias, com as percepções visuais dos componentes do Grupo Cultura Digital.
Referência utilizada:
IVO, Anete B.L. Questão Social e Questão Urbana: laços imperfeitos. Caderno CRH. Salvador. V.23,n.58,p.17-33. Jan/Abr.2010.
Resumo:
Nesse artigo, a autora aborda as temáticas e os problemas relacionados às questões sociais e urbanas nas metrópoles contemporâneas, na América latina, inclusive no Brasil. Apresenta pontos contraditórios de convergência entre o social e urbano, da década de 80, analisando a literatura francesa contemporânea; desenvolve uma análise das classes sociais no espaço de estruturação urbana; apresenta o modo como a polarização da “questão social” sobre a cultura urbana se expressa nas noções de exclusão e de subclasses; discute o deslocamento da responsabilização social para o nível local das políticas e a relação entre o global e o local, além de demonstrar as ambigüidades e os dilemas manifestos na “incivilidade urbana” e em seus atos de violência cotidiana.
foto de: Bosco
Uma questão norteia as primeiras discussões no artigo: como conciliar os efeitos de uma densificação perigosa da população urbana, atendendo, ao mesmo tempo, aos objetivos do desenvolvimento econômico urbano-industrial? Assim, a partir da reflexão de diferentes autores sobre as problemáticas da urbanização e industrialização, aponta, como responsável, o urbanismo funcionalista que contribuiu com o processo de produção de novas periferias operárias, subordinando o uso dos espaços urbanos e a qualidade de vida de seus moradores, ao investimento do capital, a hegemonia das relações mercantis e a produção capitalista nas cidades. Desse contexto, emergem as lutas urbanas como movimentos de protestos e de demanda social por moradia e condições básicas de sobrevivência nas cidades, reivindicando o direito das classes populares à cidade e a legitimação social sobre o espaço. Tais conflitos desencadearam-se sob a ótica de uma abordagem marxista. Essa realidade, das lutas urbanas pelo direito à cidade versus a racionalidade industrial capitalista é conhecida por questão urbana clássica.
Em continuidade, aborda uma nova questão social, oriunda da reestrturação industrial e da “crise” do Estado de Bem-estar social, expressa no desemprego de massa e nas crescentes desigualdades sociais. Nesse novo cenário, manifestam-se duas noções distintas: a dos excluídos (na França) e dos underclass (nos Estados Unidos).
No caso da França, a pobreza persistente em meio ao crescimento econômico suscitou o surgimento da noção de excluído, como referência aos sujeitos incapazes de se adaptar socialmente como os deficientes físicos, inválidos, doentes mentais, crianças abandonadas, menores delinqüentes, suicidas, alcoólatras, vagabundos, prostitutas, entre outros. Uma percepção moral da pobreza inspirada na tradição da higiene e da assistência social, do século XIX, que inspira uma forma de tratamento do Estado-providência de caráter liberal. Com base nessa realidade, duas abordagens surgiram no intuito de ressignificar, redimensionar a noção de exclusão: a primeira procurou delimitar a população segundo campos simbólicos polares, partindo de quatro unidades de análise (a cidade – segmentação e fronteiras de convivência; a escola - a norma escolar; o emprego – o contrato do trabalho; e a proteção social –seguridade ou assistência) e a segunda a reconhecendo o desemprego como determinante central das novas questões urbanas.
foto de: Bosco
Quanto aos Estados Unidos e a evolução da noção de underclass, diz que se baseia num diagnóstico individualizado da questão social e não numa visão estrutural de uma sociedade desigual. Segundo essa perspectiva, citando Ken Auletta (1981), identifica quatro categorias desses pobres: os pobres passivos, criminosos de rua, escroques e vagabundos. Afirma, ainda, que essa classificação é desenvolvida desde o século XIX, quando os pobres eram divididos em meritórios e não meritórios. Nesse sentido, citando Fassin (1996), acrescenta que na concepção underclass, os não meritóriossão, em sua maioria, da população negra, de origem rural, a quem são associados traços estigmatizantes como passividade, irresponsabilidade, instabilidade e dependência. Em outras palavras, a noção de underclass constitui-se numa visão moral da pobreza, com forte relações étnicas.
Desse modo, analisando as noções de exclusion (na França) e de underclass (Estados Unidos) a autora destaca uma relação que é o fato de se imporem ao mundo social e político apesar de não constituírem uma única e mesma problemática, além de se constituírem como ameaça aos princípios que organizam o mundo social urbano.
Conclui, então, que nos “(...) países de capitalismo avançado o principal problema é desenvolver novas atividades econômicas e formas de integração social alternativas ao estatuto salarial que já não se constitui num mecanismo garantido de inserção” (IVO; 2010, p. 26).
Atualmente, com a emersão de novos processos globais, baseados nas mudanças institucionais e no papel dos estados nacionais, oriundos da dinâmica da globalização, a autora alerta para as novas hierarquias urbanas e relações entre os territórios e as relações entre os espaços urbanos e seus habitantes: o público e o privado e seus usos. Apresenta a perspectiva liberal, nesse novo cenário, que pressupõe que a única via de retomada do crescimento e da economia seria por meio da ruptura da articulação entre “emprego e proteção social”, sacrificando as conquistas sociais já adquiridas, a exemplo da reforma da previdência, reorientação dos programas estratégicos de assistência social na linha da pobreza. Assim, observa-se a reconversão da questão social de uma dimensão política de proteção, voltada à justiça social, para programas setorizados e focados na pobreza. Uma ruptura estrutural nos planos social, econômico e político.
Questão Social Urbana em Porto Alegre
Postado por Alini
O caso brasileiro de redemocratização associado à reconversão das novas regulações institucionais e de ajustes fiscais e econômicos, tem por efeito, causado a exclusão de grande número de trabalhadores. Tal exclusão não se resume à perda, mas também, se projetam nas poucas expectativas geradas às gerações futuras, configurando uma “exclusão da inserção”. Além do mais, no plano político as transformações não foram suficientes, causando uma crise de desconexão entre o aparelho da ação pública e a sociedade. Nessa conjuntura de desalinho econômico, político e social, aliado as dificuldades de inserção e sensação profunda de injustiça social, gera o crescimento da violência nos meios urbanos. Desse modo, a questão social desloca-se da esfera da proteção social, seguro social, para inserir-se no âmbito da questão de proteção civil, da ordem e segurança pública.
centro de Porto Alegre
foto: Bosco
centro de Canoas
foto: Bosco
Em síntese, o regime de exclusão, na contemporaneidade, tem multiplicado notícias e debates sobre a questão da violência urbana, em diferentes países. De um lado a falta de expectativas de emprego, a pobreza e precariedade de condições de acesso aos bens que possibilitem uma agregação dos indivíduos, nos centros urbanos, de outro, o excessivo estímulo aos consumos de massa, geram padrões explícitos de desigualdade, contradições e rupturas que favorecem a violência nas cidades, constituindo uma “sociedade incivil” (LANGRANGE; OBERTI, 1999). Desse modo, em conclusão, a autora afirma a necessidade de a “cidade” produzir “sociedade”, estabelecendo trocas sociais na partilha do espaço urbano.
Oi! Meu nome é Kellen Lazzari, sou graduada em direito, especialista em direito do consumidor, atualmente estou fazendo o mestrado profissional em Memória Social e Bens Culturais e estou adorando. Espero que vocês curtam e participem do nosso blog, que é sensacional! Lattes: http://lattes.cnpq.br/0368995200795416
Olá a todos!
Meu nome é João Bosco Torres Santos, atuo como professor, dançarino, coreógrafo e tenho a temática cultural como uma das minhas reflexões prediletas. Como não poderia deixar de ser, a organização e representação da vida coletiva nos espaços urbanos se faz um pensamento recorrente na minha trajetória. É por isso que entrego o grupo cultural digital e, nesse instante, convido todos a compartilharem conosco a construção desse “micro espaço urbano virtual”. Mais informações sobre minha trajetória profissional pode ser obtida nos links abaixo:
Me chamo José Carlos Walter, Sou Mestrando em Memória Social e Bens Culturais, Especialista em Educação a Distância e graduado em Pedagogia nas habilitações: Orientação Educacional e Educação Infantil e Anos Iniciais, Gestão em Recursos Humanos.
Atualmente atuo como Professor de Graduação do Curso de Pedagogia na Modalidade Educação a Distância no município de Canoas/RS.
Sou o Arlindo Weber de Oliveira, mestrando em Memória Social e Bens Culturais pela UNILASALLE, Especialista em Educação e Sociedade pela UNICID (2012) e Graduado em Geografia pelo Centro Universitário La Salle (2010). Tem experiência na área de Educação. Além de Professor de Geografia, é Policial Militar e trabalha com Instrutor do PROERD( Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) nas escolas do município de São Leopoldo.
Oi, me chamo Alini, sou graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela PUC/RS (2005). Atualmente sou produtora na Pironauta Produções Culturais: www.pironauta.com.br
Trabalho na área de Artes, com ênfase em Artes do Vídeo, na atualidade estou trabalhado no desenvolvimento de projetos de Produção de Filmes e Vídeos. E sou mestranda em Memória Social e Bens Culturais, na Unilasalle.
Meu nome é Fabiana, minha graduação e especialização é em Administração. Atualmente estou cursando o mestrado em Memória Social e Bens Cultuais na Unilasalle. Sou professora nos cursos de Administração e Contábeis na Facos. Também atuo como consultora na Incubadora Empresarial de Osório.
Somos o Grupo
Cultura Digital criado na disciplina de Construção e Comunicação na Era
Digital, semestre 2012/2, do curso de Mestrado em Memória Social e Bens Culturais do
UNILASALLE/Canoas.
Grupo cultura digital Alini, Arlindo, Bosco, Carlos, Fabiana e Kellen
A partir
de reflexões realizadas sobre a diversidade das cenas urbanas brasileiras, nos
organizamos no sentido de produzir esse blog, intitulado Cenas Urbanas 2012, como objetivo geral de compartilhar nossos olhares sobre o contexto da vida
urbana e os seus efeitos sociais e culturais decorrentes.
Os conteúdos a serem postados foram
organizamos em três temáticas:
Questão social urbana: no
intuito de apresentar a organização e o uso dos espaços urbanos nas cidades
brasileiras.
Paisagens urbanas: no
intuito de apresentar a presença dos recursos naturais em meio às construções
urbanas, traçando um paralelo com a dinâmica cotidiana e a qualidade de vida do
cidadão citadino.
Artes urbanas: no
intuito de apresentar as representações coletivas, artístico/culturais, presentes nos espaços urbanos
brasileiros.
Essas temáticas se
relacionam, estão entrelaçadas, compondo uma rede, um todo harmônico, um
sistema urbano contemporâneo que agora, se faz virtual, em contínuo movimento e
mudança. Um olhar coletivo e criativo sobre a vida urbana brasileira na
contemporaneidade. Nesse sentido, para atingir nossos objetivos, precisamos tornar nossos conteúdos acessíveis ao maior número de pessoas. Dentre as ações propostas que contemplam tal questão, destacamos: o uso de áudio, imagens e vídeos nas postagens realizadas. Assim, acreditamos ampliar o alcance do blog, transformando-o, de fato, num microespaço transfronteiras, "cibercultural" (LEVY, 1999).
Por fim, entre as cidades
apresentadas destacamos Canoas, São Leopoldo, Osório e Porto Alegre,
todas do estado do Rio Grande do Sul e Aracaju, do estado de Sergipe.
Que todos sejam bem vindos e contribuam com essa nossa iniciativa,
visualizando nossas postagens, acrescentando comentários, compartilhando ideias. Referências: LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.